Friday, February 24, 2006

Aeon Flux

Realizador: Karyn Kusama
Intérpretes: Charlize Theron, Marton Csokas, Jonny Lee Miller, Sophie Okonedo, Frances McDormand, Pete Poslethwaite, Amelia Warner
Classificação: **

Baseado numa série da MTV, a história passa-se no futuro. Depois de um vírus que quase destruiu a raça humana só um punhado de pessoas sobreviveu graças a uma cura inventada por um cientista. Há volta desses sobreviventes foi construída uma sociedade perfeita numa cidade protegida do mundo exterior. Os governantes foram sempre os descendentes desse cientista, que passaram a ser tipo família real. Mas nem tudo o que parece perfeito o é, e do grupo de resistência surge uma nova heroína… Aeon Flux.

A história de fundo está interessante e não sendo muito elaborada é engraçada. Mas a tentativa de mostrar muita acção acabou por jogar um pouco contra o filme. Especialmente a primeira parte torna-se muito plástica, tenso sido introduzidas muitas cenas só para mostrar efeitos especiais, acrobacias, acção e a heroína em fatos justos e reduzidos…. Faz quase lembrar um jogo de computador em que ao cair-se no exagero o tom do filme passa a soar a falso. A partir do meio do filme, quando o enredo começa a desenvolver um pouco o filme torna-se muito mais interessante e equilibrado.

A banda sonora parece de jogo de computador, mas dado que o ritmo do filme o justifica acaba por encaixar bem. Os actores estão bem dentro do que lhes é exigido, o que não é muito. O principal aqui não é as actuações mas sim a acção.

Resumindo, é um filme engraçado, especialmente para quem gosta de acção. Sendo uma história simplista até tem um tema interessante. Se não se for com grandes exigências de argumento acaba por ser um agradável entretenimento, é pena o ritmo do filme não ter sido todo ao mesmo nível da segunda parte.
Conceição Vences Leal

Aposta de Risco (“Two for the Money”)

Realizador: D.J. Caruso
Intérpretes: Al Pacino, Matthew McConaughey, Rene Russo, Armand Assante, Jeremy Piven, Jaime King
Classificação: ***

Aposta de Risco é um filme simpático sem grandes pretensões que acaba por ser um bom entretenimento. Apesar de ser baseado em factos reais, pode-se vislumbrar uma certa fórmula no desenrolar do filme. A história gira à volta de Brendon, um jogador de futebol americano em ascensão que de repente vê a sua carreira acabada. Quando é contactado por um “consultor” de apostas desportivas de Nova Iorque, aceita o desafio e vai trabalhar para ele. Aos poucos Brendon vai vendo nele uma figura paternal e o inverso também acontece sendo praticamente adoptado pelo consultor. Mas a fama não é uma coisa simples e misturada com o mundo de apostas tudo pode acontecer….

Como disse o filme parece seguir uma fórmula o que o pode tornar um pouco previsível, mas não deixa de ter a sua graça por isso. Tem um bom ritmo no desenvolvimento da história o que contribui para manter a atenção. O leque de actores é muito bom, e mesmo não tendo papéis que exijam mundos e fundos, as actuações são de bom nível.

Resumindo, para quem quer passar duas horas entretido é uma aposta a considerar. Não sendo um filme para ficar na memória também não se sai de lá com a sensação de que se perdeu tempo.

Conceição Vences Leal

Thursday, February 23, 2006

Syriana

Realizador: Stephen Gaghan
Intérpretes: George Clooney, Matt Damon, Jeffrey Wright, Chris Cooper, Mazhar Munir, Alexander Siddig, Christopher Plummer, Amanda Peet, William Hurt, Tim Blake Nelson
Classificação: ***

Este é um filme complicado de explicar, ou talvez não. Passado na actualidade aborda o tema de interesses económicos versus Médio Oriente versus Petróleo versus terrorismo. É possível pedir tema mais actual?

O conteúdo está excelente e é uma crítica total às manipulações que se fazem de modo a servir os interesses monetários e políticos em detrimento do bem geral e de vidas humanas.

Em termos de interesse temático daria 5 estrelas ao filme, o problema para mim é que a acção é lenta e pode tornar-se muito confusa dada a quantidade de personagens envolvidos e a sua independência entre si. Leva-se algum tempo a perceber qual o rumo que o filme quer tomar e a certa altura pode surgir o desinteresse. Para a segunda metade o filme ganha ritmo quando as peças que o compõem começam a encaixar, mas aí já pode ser um pouco tarde demais para o espectador. Depende do dia!

Em termos de actuações, estas são de muito bom nível, sendo o elenco composto por um elevado conjunto de personalidades. A cenografia é crua, querendo remeter, provavelmente, para a crueza das situações relatadas e dando um ar mais de reportagem do que de filme bonito.

Dada a dicotomia que senti, interesse da história versus lentidão da acção opto por dar uma classificação média, mas admito que para alguns este será considerado um filme excelente para outros sairão completamente aborrecidos da sala. Diria que quem gosta de filmes mais políticos sairá satisfeito. Quem está à espera de acção provavelmente sairá desiludido.

Conceição Vences Leal

King Kong

Realizador: Peter Jackson
Intérpretes: Naomi Watts, Jack Black, Adrien Brody, Andy Serkis, Jamie Bell, Kyle Chandler, Lobo Chan, Thomas Kretschmann
Classificação: *

Apesar de já estar quase em fim de exibição, aproveito para fazer uma pequena crítica a este filme. As opiniões que fui recebendo foram sendo divididas, para uns era muita fraco, para outros trata-se de um filme engraçado.

A história não vale a pena contar, é sobejamente conhecida por todos.

Dado ser um filme de elevado orçamento e eu nunca ter visto nenhuma das versões anteriores lá fui eu feliz e contente ver o dito.

Cerca de três horas depois o meu veredicto estava tomado, ou melhor, a metade dessa maratona já sabia… muito mau.

Apesar de um King Kong muito bem conseguido, talvez o melhor “actor” em cena, e de uma boa cenografia, o argumento é pior que um passador, de tantos buracos ou inverosimilhanças que existem. As cenas de acção são extremamente longas a ponto de se tornarem enfadonhas e repetitivas. A bicharada que aparece parece que são visitas de outros filmes, não havendo necessidade para tanto exagero. A certa altura parece que estamos a ver uma nova versão do parque Jurássico, neste caso “Parque Jurássico contra King Kong”. Os personagens não têm a mínima profundidade, são simplesmente marionetas que estão na história para encher chouriços. A história de amor é das menos credíveis que vi nos últimos tempos, química é mentira…. E aí por diante.

Tendo em conta os meios de que dispunha é inadmissível que o resultado final seja este. Um filme com bons efeitos especiais é bom, mas quando se exagera corre-se o risco de acabar com um filme sem interesse algum, como é o caso.

Em termos de actuações ganha o macaco. Em termos técnicos o filme está positivo. Argumento….deve ter havido um engano!!!!

Em conclusão, trata-se de um filme que aconselho a evitar….

Conceição Vences Leal

Pecado Capital (“Derailed”)

Realizador: Mikael Håfström
Intérpretes: Clive Owen, Jennifer Aniston, Vincent Cassel, Melissa George, Addison Timlin, Giancarlo Esposito, RZA
Classificação: **

Trata-se de um thriller simples mas que se vê bem. Charles, um homem casado e com uma filha doente conhece uma mulher num comboio, também casada e com uma filha. A química entre ambos é inevitável e dão por si a iniciar uma relação…só que nem tudo corre como devia e as coisas descambam….

O filme tem ritmo mas não traz nada de novo. Em termos de argumento apesar de poder ter algumas partes menos credíveis não é grave, mas acaba por ter uma história algo previsível.

As actuações estão ao nível necessário com a excepção de Jennifer Aniston que tem algumas falhas e não é muito convincente no papel que desempenha.

Resumindo, trata-se de um filme médio que garante duas horas bem passadas mas que não fica para a história. Vê-se bem.
Conceição Vences Leal

Dizem por Aí (“Rumour Has It”)

Realizador: Rob Reiner
Intérpretes: Jennifer Aniston, Kevin Costner, Shirley MacLaine, Mark Ruffalo, Richard Jenkins, Christopher McDonald, Steve Sandvoss, Mena Suvari, Mike Vogel
Classificação: **

A história está engraçada, pegando na história do filme “The Graduate” o autor considerou que a história era baseada numa família real, e coloca a neta da famosa Mrs Robinson a investigar o que se passou na altura. Com grandes dúvidas relativamente ao pedido de casamento que aceitou ela vai encontrar o homem com quem a sua mãe e a sua avó tiveram um caso.

A ideia do filme está muito interessante mas não passa daí. Acabamos por ter mais um filme romântico típico sem nada de novo a acrescentar..

Os actores estão ao nível do que é exigido para um filme deste nível, ou seja não muito, a banda sonora é apelativa e enquadra-se na acção.

Resumindo, é um filme básico sem nada de muito original. Garante entretenimento mas não fica na memória. Para quem gosta deste tipo de filmes.

Conceição Vences Leal

O Segredo de Brokeback Mountain (“Brokeback Mountain”)

Realizador: Ang Lee
Intérpretes: Heath Ledger, Jake Gyllenhaal, Michelle Williams, Anne Hathaway, Randy Quaid, Linda Cardellini, Roberta Maxwell, Anna Faris, Kate Mara, Peter McRobbie, Scott Michael Campbell
Classificação: ****

Um dos grandes candidatos na corrida aos Óscares este filme conta-nos uma história de amor proibido. Neste caso o amor entre dois homens na América rural dos anos 60. Para muitos é chamado de o filme dos cowboys gay, e é-o, mas isso é simplificar muito as coisas. A história gira mais à volta da relação entre duas pessoas e da forma como estas reagem a uma situação que lhes é totalmente adversa.

Um dos grandes trunfos do filme são as actuações, os dois actores principais é que tornam o filme aquilo que ele é, e são de todo merecidas as nomeações de ambos. Ledger tem provavelmente o papel da vida dele, conseguindo transmitir muito do seu personagem por expressões faciais e corporais. Mas há que referir que os restantes secundários também ajudam no processo.

A paisagem também está espectacular, sendo a fotografia outro dos trunfos do filme, a esta junte-se-lhe uma boa banda sonora e temos presente um filme de qualidade.

Mas apesar de bom este filme não é perfeito, às vezes parece haver uma falta de ritmo e fica a sensação de que alguns pontos poderiam ter sido mais desenvolvidos.

No global recomendo o filme, dado ser um bom espectáculo de cinema. Tenho visto reacções adversas ao filme de pessoas que ainda não foram ver só por causa do tema, mas acho que há que dar uma hipótese e evitar ideias pré-concebidas. Vale a pena.

Conceição Vences Leal

Walk the Line (“Walk the Line”)

Realizador: James Mangold
Intérpretes: Joaquin Phoenix, Reese Witherspoon, Ginnifer Goodwin, Robert Patrick, Dallas Roberts, Dan John Miller, Larry Bagby, Shelby Lynne
Classificação: ****

Walk the Line conta a história da vida do cantor Johnny Cash e da sua relação com a cantora June Carter. Não sendo um filme épico é uma obra agradável de ser ver com um bom ritmo e muita música. Sendo uma biografia, o filme aposta mais na história de amor entre John e June, fazendo das músicas um dos principais veios transmissores da relação.

As actuações do par principal Joaquin Phoenix e Reese Witherspoon está excelente sendo de referir que todas as músicas foram cantadas pelos próprios actores, o que confere uma mais valia ao filme. Ambos estão nomeados para os Óscares nas categorias de Melhor actor e actriz, e trata-se de uma boa escolha. No entanto tendo em conta a concorrência deste ano penso que não deverão ir mais longe do que as nomeações.

É curioso ver como secundários os personagens de Elvis Presley, Jerry Leel Lewis e Roy Orbison, como estrelas em desenvolvimento ao lado de Johnny Cash.
A banda sonora está muito boa sendo basicamente composta por músicas de Cash e Carte.

Este filme não é uma obra de arte mas oferece um produto final simpático e que vale a pena ver. Apesar de existir algum drama é um filme leve, e as actuações garantem um bom produto final. Dá para duas horas e meia bem passadas.

Conceição Vences Leal