Thursday, September 02, 2004

A Sombra do Guerreiro

Realizador: Yoji Yamada
Intérpretes: Hiroyuki Sanada, Rie Miyazawa, Nenji Kobayashi, Ren Osugi, Mitsuru Fukikoshi
Classificação: ***

Passado no Japão, este filme conta a história de um Samurai menor, cuja mulher faleceu e que tem a seu cargo duas filhas pequenas, e uma mãe doente. Ele esforça-se por tomar conta da família o melhor que pode, mas o esforço é grande e a capacidade financeira pequena, o que acaba por se repercutir num desleixar cada vez maior e na impossibilidade de manter um convívio com os seus colegas de trabalho. Ele vive distanciado o que lhe vale uma alcunha e alguma gozação. A certa altura entra na sua vida a irmã de um amigo, e essa relação vai alterar a sua vida e daqueles que o rodeiam.

Trata-se de um filme simples, algo existencial, sem grandes complicações de argumento. Pelo meio existem algumas cenas de combate, mas são secundárias. O interesse reside nas personagens e na maneira como se relacionam e evoluem. É interessante ver a diferença de costumes, havendo alguns comportamentos que provavelmente a nós ocidentais nos fazem confusão.

As interpretações estão boas, e a fotografia interessante.

A quem pensar que samurai é sinónimo de filme de acção deixo já o conselho para não irem ver este filme. Está-se perante um drama familiar agradável e algo diferente da corrente americanizada com que somos bombardeados frequentemente. Dentro do género vê-se bem.

Conceição Vences Leal

Eu, Robot (“I Robot”)

Realizador: Alex Proyas
Intérpretes: Will Smith, Bridget Moynahan, Alan Tudyk, Bruce Greenwood, James Cromwell, Chi McBride, Adrian L. Ricard, Shia LaBeouf, Jerry Wasserman, Fiona Hogan
Classificação: ****

Num futuro não muito longínquo os robots já são relativamente independentes e pensam. No entanto todos são controlados por três leis que os impedem de fazer mal aos humanos. Um polícia de Chicago, apesar de todas as vantagens que os robots apresentam não confia neles, e quando um cientista famoso morre em circunstâncias estranhas ele desconfia dos robots, apesar de todas as evidências negarem a sua teoria.

Fazendo lembrar o clássico “Blade Runner”, este filme aborda o tema da humanidade das máquinas, o facto de estas poderem evoluir e começar a ter emoções ou reacções próprias, característica que só os humanos são supostos ter.
Interligando de uma excelente forma os ingredientes de um filme de acção com esta filosofia de humanização das máquinas, o resultado é um filme muito bem conseguido e bastante atractivo.

Em termos de argumento este está bem construído e apresenta uma lógica interessante. Os efeitos especiais abundam estando bastante bem elaborados, conseguindo fazer uma boa transposição do real para o virtual.

Em termos de interpretações, Will Smith está bem dentro do seu papel, assim como os restantes actores que lhe dão suporte. Os robots, apesar de personagens virtuais, estão bastante bem caracterizados conseguindo presenças bastante credíveis.

Em resumo, “Eu, Robot” é uma boa escolha para uma ida ao cinema. Com acção em boas quantidades, recria um mundo futurista algo credível abordando um tema que já não é novo mas continua interessante. Como evoluirão as máquinas no futuro? Será que vão tornar-se inteligentes?
A não perder, dentro do género.

Conceição Vences Leal