Tuesday, September 07, 2004

Colateral (“Collateral”)

Colateral (“Collateral”)
Realizador: Michael Mann
Intérpretes: Tom Cruise, Jamie Foxx, Jada Pinkett Smith, Mark Ruffalo, Javier Bardem, Bruce McGill, Barry Shabaka Henley, Irma P. Hall, Peter Berg
Classificação: *****

Um assassino contratado anda à solta na noite de Los Angeles levando com ele um taxista inocente que se vê enredado na sua senda criminosa. Podia dizer mais sobre o argumento, mas não vale a pena. A riqueza deste filme não está no desenrolar dos acontecimentos, mas sim na interacção dos dois personagens principais e nos detalhes que vão compondo a narrativa.

Assassino e taxista vão convivendo no decorrer de uma longa noite, criando-se uma estranha afinidade entre os dois personagens. Numa situação totalmente insólita o convívio com o frio e amoral criminoso leva a que um homem cresça e teste os seus limites, redescobrindo-se.

Tom Cruise, no papel do vilão, tem uma performance excelente, incutindo ao seu personagem um estilo muito próprio. Sendo totalmente amoral, não causa repulsa mas sim curiosidade e um quase fascínio. Jamie Foxx, como taxista, é o inocente que se vê de repente envolvido com esse ser assustador e estranho, sendo a sua actuação também de muito bom nível.

Para além da acção e argumento que estão bem conseguidos, é com os diálogos que o filme é bastante enriquecido, sendo levantadas algumas questões curiosas, e sendo possível notar por detrás uma crítica forte à sociedade actual, especialmente à das grandes metrópoles.
Em termos de detalhes e pormenores o filme também brilha. São detalhes, coisas de nada, mas que acabam por ser originais e mais genuínas. Veja-se a cena em que um dos personagens parte um vidro com uma cadeira e com a pressa tropeça nela.

A Banda sonora está muito boa, tendo diferentes registos sonoros conforme as várias situações em que se está. Especialmente interessante nas cenas do táxi a deslocar-se pela cidade.

Em resumo, o filme está muito bem conseguido, indo mais além do que um mero filme de acção. Não há muito mais a dizer…. É um dos grandes filmes do ano.
A não perder.


Conceição Vences Leal