Thursday, September 16, 2004

Terminal de Aeroporto (“The Terminal”)

Terminal de Aeroporto (“The Terminal”)
Realizador: Steven Spielberg
Intérpretes: Tom Hanks, Catherine Zeta-Jones, Stanley Tucci, Chi McBride, Diego Luna, Zoe Saldana
Intérpretes:
Classificação: ****

O já muito falado Terminal já se encontra em exibição em Portugal. As expectativas eram muitas, e acabam por ser fundamentadas. O filme está bastante bem conseguido, sendo uma comédia dramática bastante interessante.

A história gira à volta de um turista de um pequeno país do leste europeu, que ao chegar a Nova Iorque dá por si sem nacionalidade pois o seu país deixou de ser reconhecido internacionalmente devido a um golpe de estado. Sem poder voltar para casa, e sem poder entrar nos Estados Unidos este turista vê-se obrigado a viver no Terminal de aeroporto. À medida que o tempo passa vai descobrindo que um mundo gira naquela pequena área, e ao mesmo tempo vai influindo nas vidas das pessoas que o rodeiam.

A ideia está engraçada, embora não seja totalmente original, pois na vida real um caso semelhante ocorre no aeroporto de Paris.
O desenrolar da acção é calmo, e em termos de argumento não é muito rico em diversidade, mas mais no desenvolvimentos dos vários personagens.

Tom Hanks está muito bem no papel principal sendo bem secundado por um leque de secundários de grande qualidade.
A banda sonora, com grandes toques de Jazz é de elevada qualidade e contribui para a consistência da narrativa.

Em resumo, este filme é uma comédia dramática bastante agradável que garante umas duas horas bem passadas. É um bom filme para relaxar e deixar-se levar. Não o achei espectacular, mas está bastante acima da média. A ver!

Conceição Vences Leal

Carne Fresca, Procura-se

Carne Fresca, Procura-se
Realizador: Anders Thomas Jensen
Intérpretes: Nikolaj Lie Kaas, Mads Mikkelsen, Line Kruse, Nicolas Bro, Aksel Erhardtsen, Ole Thestrup, Lily Weiding and Bodil Jørgensen
Classificação: ***1/2

Uma alternativa ao cinema americano, chega-nos agora a Portugal uma comédia dinamarquesa muito negra mas divertida.
Dois amigos decidem abrir um talho na pequena povoação onde vivem. O negócio não corre muito bem até que um acaso despoleta acontecimentos que levam a que o talho se torne um enorme sucesso.
Os dois personagens principais são anti-heóis, inadaptados da sociedade que à primeira vista não causam simpatia alguma. Com o desenrolar da história vamos começando a conhecê-los melhor e a perceber as suas acções, ou talvez não.
A história é simples, mas são os detalhes que lhe dão vida e a tornam interessante.

Os actores estão bastante bem no desempenho dos seus papéis o que se torna uma mais valia.
Estando habituados a imagens cuidadas, à primeira vistas as imagens algo cruas chocam, mas acabam por ajudar na recriação do ambiente depressivo que se pretende, que ajuda a dar o toque negro a esta comédia.

Em resumo, vale a pena ir ver. Este é um filme original, que apesar de não ter os requintes a que os filmes americanos nos habituaram, oferece um produto final interessante e curioso. É um filme diferente.
Conceição Vences Leal

Supremacia (“The Bourne Supremacy”)

Realizador: Paul Greengrass
Intérpretes: Matt Damon, Joan Allen, Brian Cox, Franka Potente, Julia Stiles, Karl Urban, Oksana Akinshina
Classificação: ****

O personagem do ex-agente da CIA com amnésia está de volta. No final de “Entidade Desconhecida” tinha-se retirado de circulação procurando tentar resolver o mistério do seu passado. Agora encontramo-lo a viver na Índia com a sua namorada, Marie. Entretanto na Alemanha num negócio supervisionado pela CIA algo corre mal e o nome Jason Bourne torna a vir à superfície, desencadeando uma série de acontecimentos que vão trazer o herói de novo à acção.

Trata-se de mais um filme de acção bastante semelhante em género ao primeiro filme da série. Em termos de história esta já não traz tanta novidade, mas é suficiente para manter um bom ritmo ao longo de todo o filme. O personagem é bastante interessante e em termos de desenvolvimento tem muito pano para mangas. Neste filme, dá-se maior prioridade à acção e o resultado é positivo.
Em termos de realização algumas das cenas são filmadas de forma bastante mexida, com a câmara a mover-se bastante seguindo a luta dos personagens. Pode ser um método inovador, mas sinceramente não me parece que traga melhores resultados em termos visuais.
Um dos pontos altos do filme talvez seja a perseguição automóvel, que começa de forma regular, mas evolui para uma “dança” complexa de carros num crescendo de tensão e habilidade automobilística (com alguns exageros aceitáveis, como seria natural num filme deste género). Mas neste caso não temos uma competição entre últimos modelos do mundo automóvel, mas sim entre velharias com muitos anos em cima. Em contrapartida, um dos pontos baixos, é numa determinada altura do filme este arranjar uma solução extremamente previsível.

Matt Damon encarna novamente o herói e fá-lo de forma bastante eficiente, encaixando-se no personagem de maneira bastante credível. Os restantes personagens são algo secundários, destacando-se talvez Joan Allen como agente da CIA a investigar o caso, e Brian Cox. Os restantes secundários estão basicamente de passagem.
A banda sonora é moderna e agradável, bastante na onda da do filme anterior.

Para quem conhece os livros em que supostamente os dois filmes se baseiam tenho desde já que avisar, se no primeiro filme as semelhanças já eram poucas então agora qualquer semelhança é quase pura coincidência. A história é totalmente original face a qualquer um dos livros.

Em resumo, como filme de acção o produto final é positivo e garante um período bem passado. Não sendo espectacular vê-se muito bem, tendo no entanto de se ter em conta que a história não é muito elaborada.
Vale a pena.

Conceição Vences Leal